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O mercado fotovoltaico e os novos protagonistas

  • Foto do escritor: Léo Fornazieri
    Léo Fornazieri
  • 19 de set. de 2024
  • 4 min de leitura
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O mercado de energia solar fotovoltaiva no Brasil passou por transformações significativas com a implementação da Lei 14.300, sancionada em janeiro de 2022. Esta lei, conhecida como o "Marco Legal da Geração Distribuída", trouxe mudanças importantes para o setor, afetando tanto consumidores quanto investidores.


Fato é que o mercado se profissionalizou, e os personagens que fazem parte da cadeia que investiu em gestão do negócio e de suas equipes perpetuou sua presença no setor, como negócio, e o espaço para quem antes "surfava a onda" se afunilou.


Vou explorar as principais diferenças antes e depois da lei, ilustrando com exemplos e destacando as oportunidades e tendências atuais (setembro de 2024).


Gatilho da "escassez": o mercado até 2022

Antes da Lei 14.300, o mercado de energia solar no Brasil era regido principalmente pela Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), de 2012. Esta resolução permitia que consumidores gerassem sua própria energia e compensassem o excedente injetado na rede elétrica com créditos na conta de luz, em um sistema de paridade tarifária 1 para 1. Isso significava que cada watt de energia gerado e não consumido imediatamente poderia ser utilizado para abater o consumo futuro, sem custos adicionais.


Uma residência com um sistema fotovoltaico instalado poderia gerar energia durante o dia e utilizar os créditos acumulados para reduzir a conta de luz à noite, quando o consumo era maior e a geração solar inexistente. Este modelo incentivou muitos consumidores a investir em energia solar, devido à economia direta na conta de luz e à ausência de taxas adicionais.


Fio B e o novo mercado

Com a sanção da Lei 14.300, houve uma mudança significativa no modelo de compensação de energia. A nova legislação introduziu a cobrança pelo uso da infraestrutura da rede elétrica, conhecida como “Fio B”. Agora, os consumidores que geram sua própria energia precisam pagar uma taxa pelo uso da rede nos momentos em que não há geração simultânea de energia, como à noite ou em dias nublados.


Uma empresa que instalou um sistema solar após a implementação da Lei 14.300 ainda pode compensar o excedente de energia gerada, mas agora precisa pagar pelo uso da rede elétrica quando consome energia da concessionária. Isso resultou em um aumento nos custos operacionais, mas também incentivou a adoção de sistemas de armazenamento de energia, como baterias, para maximizar a autossuficiência e reduzir a dependência da rede.


Tendências para 2025

Apesar das mudanças, o mercado de energia solar continua a crescer e a se adaptar às novas regulamentações. A partir do 2º semestre de 2024, diversas tendências estão moldando o setor:


  1. Avanços Tecnológicos

    A eficiência dos módulos fotovoltaicos continua a aumentar. Foram lançados recentemente módulos com eficiência superior à 25%, permitindo maior geração de energia em espaços menores - sendo essa uma das principais tendências, sem mesmo que sejam considerados novos materiais ou tecnologias das células mais utilizadas na atualidade (silício). Além disso, estruturas de solo com amortecedores adaptáveis a terrenos acidentados, que prometem aumentar a eficiência e a viabilidade de projetos solares em áreas com topografia desafiadora.


  2. Armazenamento de Energia

    A demanda por sistemas de armazenamento, como baterias, cresceu significativamente. Esses sistemas permitem que consumidores armazenem energia gerada durante o dia para uso noturno, reduzindo a dependência da rede e os custos associados ao "Fio B".


  3. Incentivos e Financiamentos

    Novos programas de financiamento e incentivos fiscais estão sendo implementados para tornar a energia solar mais acessível. Recentemente o Senado aprovou a ampliação do prazo de injeção de energia para projetos de geração distribuída, além de propostas para isenção de impostos de importação para painéis solares.


  4. Sustentabilidade Corporativa

    Empresas estão cada vez mais adotando a energia solar como parte de suas estratégias de sustentabilidade. Parcerias para projetos híbridos, que combinam energia solar com outras fontes renováveis, estão se tornando comuns no agronegócio e em outros setores. O Rock in Rio 2024, que já tem tradição como um evento de porte mundial que emprega iniciativas sustentáveis, contará com ações de descarbonização promovidas pela concessionária de energia local, uma iniciativa que inclui a instalação de painéis solares e outras medidas para reduzir a pegada de carbono do evento, com destaque para o uso da energia solar.


  5. Crescimento do Mercado

    A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) projeta um acréscimo de 9,3 GW em capacidade instalada até o final de 2024, elevando a potência acumulada para 45,6 GW. Este crescimento reflete a contínua demanda por energia solar, impulsionada por avanços tecnológicos e políticas de incentivo, bem como pela diversificação e escala de novos modelos de negócio.

O oceano ainda é azul?

Assim como a Lei 14.300 trouxe segurança jurídica, desafios e oportunidades para o mercado de energia solar no Brasil, a introdução de taxas pelo uso da rede impactou seus custos operacionais. Por outro lado, também incentivou a inovação e a adoção de novas tecnologias.


Diante disso, é evidente que em 2025 o setor continuará a crescer, impulsionado por avanços tecnológicos, incentivos governamentais e uma crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade, bem como pela viabilidade de soluções de armazenamento de energia em maior escala. O futuro da energia solar no Brasil é promissor, com um mercado cada vez mais robusto e adaptável às mudanças regulatórias.


Léo Fornazieri

Empresário |  Diretor da 🎯SOLZAP e do Grupo SNW.SOL



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